A falta que ela faz
A gemada. Não sei porque cargas d’água as famílias perderam o hábito de dar geladas aos filhos – e adultos. Provavelmente por dar algum trabalho. Foi a delícia da minha infância e adolescência. Pegava-se um ou dois do ovos, batia as gemas com açúcar até ter consistência. Essa era a parte fácil. A difícil era mexer as claras até ficarem como algodão; em seguida misturava-se os dois aos poucos. Uma delicia.
Vivo dizendo que não sei nem fazer ovo cozido, mas gemada sempre soube. Até dei um plus: colocava duas gotas de baunilha e, de vez em quando, alguns morangos. Rapaz do céu, era de comer ajoelhado. Outro lanche-refeição sensacional e saudável era colocar dois ovos quentes fervidos por 3 minutos e meio, por aí, e colocá-los numa xícara, misturando com pedaços de pão mais uma pitadinha de sal.
Acho que foi naquele tempo que me convenci de uma verdade absoluta. Enquanto existirem galinhas, a humanidade não passará fome.