A escada impossível (1 de 2)

19 dez • A Vida como ela foiNenhum comentário em A escada impossível (1 de 2)

O Centro de Porto Alegre teve uma boa quantidade de bares até o início dos anos 1970, sem falar nos bares de hotéis, um capítulo à parte. Quase todos estes últimos morreram de morte matada e, em alguns casos, morte morrida pela decadência da área central, proibitiva à noite. Na Rua da Praia propriamente dita só teve dois estabelecimentos de nomeada, a Gauchinha, no trecho entre Uruguai e o Largo dos Medeiros – rua General Câmara; e o Oásis, do português Zé, na subida da Rua da Praia, do qual falarei em outra ocasião.

Ficava na sobreloja do edifício Torelly, ao lado do prédio do Sindicato dos Jornalistas. Subia-se à sobreloja por uma escada metálica em espiral que era uma tortura. Não era um bar noturno, funcionava de tarde até às 21h. A freguesia era de funcionários graduados do comércio e dos bancos do entorno. Por um motivo que não sei, jogadores de futebol também lá frequentavam. Em uma dessas paradas de libação, eu ia na Gauchinha acompanhado dos goleiros Luiz Carlos Schneider, amigo de infância, e do também goleiro Breno, do Grêmio.

Não era um local dos bar-chopes clássicos, comida alemã e um filé de respeito, o forte era o sanduíche aberto com molho remolhado conscienciosamente servido pelo garçom Luís. Por sinal, conheci quatro Luiz nos bares da área central, e um deles era do Oásis. O outro Luís atendia no Gilbert’s Bar, na Salgado Filho, quase esquina Marechal Floriano, cuja sobreloja era espaço para amassos pero no mucho.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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