A comidinha do ministro
Primeira lição quando se viaja para o estrangeiro é não se meter a falar a língua deles, como se faz no portunhol. Quase sempre dá meleca. Shigeaki Ueki, ministro de Minas e Energia do Governo Ernesto Geisel, que o diga. Geisel e vários ministros, mais empresários, fizeram uma histórica viagem para o Japão, em busca de parcerias industriais e tecnológicas. Findo um dia extenuante, Ueki e alguns empresários foram jantar em um restaurante de Tóquio.
Quando se acomodaram na mesas, o ministro foi logo advertindo que deixassem o pedido com ele, afinal era filho de japoneses e quando pequeno, em casa só falavam o japonês. Quando veio o garçom, Ueki falou uma frase. Pra quê. O cara caiu na gargalhada, os colegas queriam saber o motivo e quando sabiam da frase se dobravam de tanto rir. Veio o dono da casa, sempre a mesma coisa. E os brasileiros sem entender nada.
As gargalhadas chamaram a atenção das mesas próximas e, por sorte, havia um brasileiro que falava japonês. Vendo o constrangimento do ministro, perguntou aos funcionários qual fora a piada. Quando soube, riu também. A frase em japonês dita pela autoridade brasileira remetia à sua infância. Disse:
– Nenê qué papá!