A Coca-Cola na Lua
Em uma foto nos jornais de ontem aparecia um árbitro de futebol gaúcho com dois reclames publicitários bem estampados no uniforme, um na parte superior, no tórax, e outro atravessado na altura da virilha, este de uma rede de lojas. Observei insinuações de outros anúncios menores e também não sei se ele tinha nas costas.
Muito bem, estamos chegando na Fórmula 1 ou outros eventos esportivos. No uniforme dos pilotos de ponta, não há mais espaço para uma colônia de micróbios, de tão poluídos. Também fico na dúvida se o custo-benefício vale a pena para os pequenos anunciantes de macacão. Pelo andar da carruagem, breve eu e você receberemos ofertas de algo similar, dependendo do status e da exposição na TV. Teremos regras como os atletas, cada entrevista tem que usar óculos de sol desta ou aquela marca ou o indefectível boné.
Não descarto nem mesmo que o patrocinado diga em entrevistas que está usando a cueca marca tal, ou que em um gesto “espontâneo” baixe das calças para mostrar a marca. Nos anos 1980, uma lenda urbana dava conta que a Coca-Cola estava conversando com a Nasa para que a Lua fosse pintada com o logo do refrigerante, Se fosse economicamente viável, não duvido.
Mas há um marco zero para mostrar que podemos ser sete bilhões potenciais anúncios ambulantes: quando as vestes do Papa estiverem coalhadas de anúncios como pilotos de Fórmula 1. Aí eu me rendo.