A caneca da discórdia

11 abr • A Vida como ela foiNenhum comentário em A caneca da discórdia

Em meados dos anos 1960, a fábrica da Brahma em Porto Alegre marcava o início e fim da jornada com um apito na sua chaminé que era ouvido na maior parte da cidade. Estranhamente, o segundo apito não se dava às 18h, mas às 17h. Tinha a ver com uma pausa que a empresa fazia para dar 20 minutos de descanso aos funcionários que faziam o exame visual das garrafas envasadas com cerveja que saía dos bicos injetores.

A Brahma dava almoço aos seus funcionários, e, nos 20 minutos de descanso, os funcionários recebiam uma caneca de chope para molhar a folga. Sucede que a empresa contratou uma consultoria para reduzir custos e uma das medidas foi terminar com a tal folga, consequentemente com a caneca de chope. O sindicato entrou na Justiça do Trabalho e venceu a causa.

O sindicalista que me contou o caso na época disse que o juiz perguntou se os funcionários queriam os 20 minutos em dinheiro ou redução da jornada. Tanto faz, disseram, desde que a não perdessem a caneca de chope. Por isso, a Brahma foi uma das poucas empresas que serviam almoço e jantar naquela época.

Com direito a uma caneca de chope.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »