A boa e a má
Um ano de pandemia acelerou as descobertas científicas médicas e tecnologias que, em circunstâncias normais, levariam em torno de uma década. A má é que em um ano de pandemia nossas deficiências intelectuais aumentaram de tal forma que levaria uma década em circunstâncias normais.
Amigo-poupança
Há dias falei pelo telefone com um querido parente que não vejo ao vivo há muito tempo. Ao final da conversa, ficamos de falar mais seguido. Então me ocorreu que dizemos sempre a mesma coisa para, ao fim e ao cabo, levarmos o mesmo tempo sem se comunicar.
Ocorreu-me que pode ser um mecanismo psicológico para perpetuar esse sentimento de alegria, de saber que o amigo ou parente vai bem, que ambos estamos bem. Então alongamos o tempo para evitar que um novo contato possa trazer alguma má notícia. É uma espécie de poupança afetiva feita para não gastar.
Efeito velório
Confesse uma coisa. Quantas vezes você foi ao velório de alguém e prometeu aos amigos que lá estão “precisamos nos ver com mais frequência” e acabaram se vendo só no próximo velório?
Perguntinha
Qual país do mundo deu certo tendo 70% de analfabetos funcionais? E qual país do mundo conseguiu piorar a educação durante décadas em vez de melhorá-la?
Feriado de insensíveis
Deu na ZH: muitas prefeituras da Região Metropolitana de Porto Alegre interromperam a vacinação porque deram folga aos funcionários no Carnaval. Tradução: carnaval sim, salvar vidas não. Se eu morasse numa delas entraria com ação contra prefeitura por dar folga ao funcionalismo por dois dias que nem feriados são. E nenhum vereador pega esse pião na unha.