A alegria das pequenas coisas diárias

1 nov • A Vida como ela foiNenhum comentário em A alegria das pequenas coisas diárias

Ouvi essa frase de uma francesa, cuja família é proprietária de uma mansão centenária na Costa Azul da França, contando como foi sua infância na casa e na beira do Mar Mediterrâneo. Especificamente, ela contou das pequenas alegrias que uma criança tem nas coisas mais banais que nós adultos não curtimos mais.

Como me senti solidário com ela. Um tufo de grama vira a floresta Amazônica, um pedaço de madeira lembra algum animal, um arbusto se transforma em árvore gigantesca. Lembro do meu primeiro “automóvel”, um caixote de madeira, uma direção pregada em estaca fincada no chão, os pedais duros em forma de “T”, um acelerador laboriosamente fabricado usando pedaço de câmara de bicicleta para fazer as vezes de mola.

Se ela tinha o Mediterrâneo, eu tinha as areias brancas de Tramandaí – por que não são mais brancas como lembro? O cheiro da maresia parecia mais forte, mas era bem-vindo. As pequenas conchas, o contato com a primeira onda, espetar o dedo na areia, cavoucar um braço para vê-lo se encher de água salgada. Meu Deus, como eu curtia essas pequenas coisas diárias, fosse na praia ou no meu reino particular da São Vendelino que não volta mais.

Então começa a tristeza de não ter mais a alegria das pequenas coisas diárias.

Imagem de internet

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »