• O Brasil que funciona

    Publicado por: • 2 abr • Publicado em: O Brasil que funciona

    EQUIPAMENTO utilizado nas consultas por telemedicina do Hospital Moinhos de Vento passou a ter uma nova finalidade. Além de auxiliar em diagnósticos, recomendações e condutas, a tecnologia está permitindo a visita virtual de familiares a pacientes internados na UTI de isolamento – diminuindo a saudade de quem teve o contato físico suspenso em função do coronavírus.

    Foto: Cesar Lopes_PMPA

    Foto: Cesar Lopes_PMPA

    O PRESIDENTE do Sindilojas, Paulo Kruse, em entrevista à jornalista Carla Santos, disse que o momento é de união, de respeitar opiniões diferentes e de se trabalhar juntos. E foi no rim: “Está na hora daqueles que reclamam da corrupção serem corretos.” Leia a matéria completa clicando aqui.

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  • Diário da peste

    Publicado por: • 2 abr • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    TUDO mudou em 24 horas além do número de casos e mortes. A confusão dobrou. O governo nos três níveis abre agendas e protocolos também em três níveis. Agora imagina o que se passa na cabeça da população. O pior de tudo é que acreditam em todas as baboseiras e vídeos nas redes sociais. Sempre repito que 99% são falsos e alarmistas. Mas não tem como mudar isso. Um país em que seu povo é essencialmente mal informado e com déficit monstruoso de conhecimento só podia dar nisso.

    MINHA filha Fabíola conversa diariamente com epidemiologistas nacionais e estrangeiros, alguns acham que é inevitável que o vírus se alastre podendo atingir 50% da população mundial, mas que esse fator, de contágio em massa vai gerar um coronavírus adaptado para o ser humano. Em outras palavras, vai enfraquecer, embora não seja o termo correto. Certo, mas no processo vai morrer mais gente.

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    O QUE não pode é enfatizar o número absoluto de mortes de cada país para dizer que os EUA tem mais mortes que a Itáiia, por exemplo. Comparação besta. A Itália tem até agora, 206 mortos por milhão de habitantes, maior até do que a China, que teve 3,3 por milhão. No Brasil, a bronca está recém começando, mas por enquanto a conta é 1,1 mortes por milhão. Sublinho: recém começando.

    CONHECIDO como o filósofo do futebol nos anos 1960, o carioca Neném Prancha disse que o pênalti é algo tão importante que deveria ser batido pelo presidente do clube. Já eu acho que a manchete do jornal deveria ser escrita pelo dono. E em certos casos, até o título das matérias internas. Duvido que dono de jornal se dê conta disso. Pelo menos a maioria.

    SABEMOS que urubu, quando está de azar, o que voa embaixo faz cocô no que está acima dele. Pois a internet está começando a parar. Alunos de universidades com cursos EAD já não conseguem mais abrir as matérias. O uso dela deve ter duplicado, no  mínimo. É como uma rodovia já bastante complicada ter 10 vezes mais carros de uma hora para outra.

    NOS PRÓXIMOS três meses, o Sebrae vai destinar 50% da sua arrecadação (no mínimo), para ampliar o crédito aos pequenos negócios. Os recursos vão fortalecer o Fundo de Aval para as Micro e Pequenas Empresas (Fampe) e permitir um aumento nas operações de microcrédito com taxas mais baixas, maior prazo e melhor período de carência. A operação de socorro deve começar com R$ 1 bilhão em garantias, o que permitirá a concessão de aproximadamente R$ 12 bilhões em crédito para pequenos negócios.

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  • Nunca a frase eu era feliz e não sabia foi tão verdadeira.

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  • Os anos de vacas gordas

    Publicado por: • 1 abr • Publicado em: A Vida como ela foi

    Em comparação com décadas passadas, especialmente os anos 1970, os tempos de hoje são como comparar sem-teto com um diretor de banco. Certa vez, eu e o jornalista Jefferson Barros falamos sobre isso na Cafeteria Chaves, na galeria de mesmo nome. Jefferson foi uma das poucas pessoas que mereciam o título de intelectual de verdade.

    Pois o Jefferson, que estava desempregado apesar do brilho, tinha sido produtor do Globo Repórter até que tudo começou a dar errado. Mala suerte. Pois ele contou como era gratificante trabalhar na Globo. Se acontecesse alguma bronca importante no outro lado do mundo, em horas o repórter tinha dólares, passagem de avião e visto pronto para cobrir o fato.

    Enquanto ele falava lembrei dos tempos da Folha da Manhã. Eu era pauteiro. Auge do escoamento da safra da soja, e uma ponte na BR 116 deu os doces. Como foi interditada formou-se a fila de caminhões que ia para o porto de Rio Grande, atingindo 20 quilômetros.

    Pedi para ver a bronca de perto. E do alto. A Caldas Júnior, do doutor Breno Caldas, fretou um táxi aéreo bimotor para eu olhar o panorama visto acima da ponte.

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  • Diário da peste

    Publicado por: • 1 abr • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    ÀS VEZES, acho que o ministro da Saúde, Mandetta, tinha razão ao recomendar que não se veja televisão. Me digam o que a TV está informando além dos números da pandemia? Ouvem especialistas que têm opiniões coincidentes ou ainda repetem – com ar professoral – que as pessoas precisam se proteger. Como se isso fosse a invenção da roda.

    Imagem: Freepik

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    DIZEM alguns leitores que estou pegando pesado com o que nós  chamamos de mídia. Não boto todos os colegas no mesmo saco. Mas é claro, claríssimo, que tem muita gente despreparada emitindo opinião. Pior, tem fé pública. O povo vai atrás como cão vai atrás do osso.

    REPITO o que venho dizendo antes do vírus aparecer: se todas as instituições estão em  rua E, por que o jornalismo seria uma exceção? Mas tem outra mosca na sopa

     Com a  queda acentuada das receitas publicitárias, tiveram que cortar salários mais altos, justamente o que os mereciam pelo fato de que eram bons no que faziam. Aí entraram os estagiários com tesão mas sem conteúdo e sem base de comparação. Não se bota piloto recém brevetado no assento direito de um Boeing 747 sem que ele tenha um bocado de horas de voo, e isso leva anos.

    TEM mais. Com a  redução de gente nas redações, se cobre menos fatos que já eram maiores em número que repórteres mesmo nos bons tempos. Muita notícia para pouco jornalista. Agora então, nao rem gente nem para cobrir eventos além de duas quadras. Até o uso de viaturas está racionadi.Em resumo, estamos com déficit de notícias.

    PARA que não se diga que só vejo o lado ruim, devo cumprimentar os colegas que fazem o que podem e até se superam. Estes são os bons de verdade, lutando até com falta de equipamentos básicos.

    ESCREVI estas notas para página 3 do Jornal do Comércio, Começo de Conversa. Achei pertinente  reproduzi-las aqui. Eu,  que não sou o Joāo das notas me sinto assim, imagina ele.

    Atribulações de um João Ninguém  I

    Jogado de um lado para outro com a multiplicação de informações contraditórias, mais a guerra civil entre os poderes, chacoalhado como uma rolha na correnteza, o atribulado João Ninguém tenta se equilibrar na corredeira da cizânia com pororoca de vídeos terroristas falsos.

    Atribulações de um João Ninguém II

    Entre a extrema confusão e oscilando entre o pânico e depressão, o joguete tenta cumprir alguns compromissos inadiáveis. Qual o quê. Mesmo estando às moscas, os bancos demoram a resolver casos simples, isso se conseguir convencer o atendente. Tudo é tão difícil, tudo é tão confuso…

    Atribulações de um João Ninguém III

    Vai nas farmácias e outros lugares onde se aplicam vacina contra a gripe e só ouve uma palavra: terminou. Se quer comprar um lanche tem que fazer uma varredura para ver o que está aberto.

    Atribulações de um João Ninguém IV

    Volta triste para casa, sem eira nem beira, acreditando e desacreditando de tudo que vê e lê. E se for idoso, ainda tem que aguentar olhares de repulsa e alarme como se fosse a Grande Ceifadeira em pessoa. Sem dinheiro, sem amparo, sem sorte, sem futuro e sem sono para esquecer sua triste sina por algumas horas.

    PENSAMENTO DO DIAS

    Eu gostava mais das redes sociais quando eles não existiam.

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