• Pela sua própria duração, as grandes tragédias são monótonas.

    • Albert Camus •

  • Grevismos

    Publicado por: • 5 maio • Publicado em: A Vida como ela foi

    Era tempo de grevismo, de esquerdismo e de petismo. Por isso mesmo, era tempo de monótonos chavões e mantras ideologizados. Começou com resgate da cidadania e outros resgates como se sequestros fossem. Mas ninguém era mais assíduo em greves e protestos quanto “a nível de”. Não só a esquerda a jogava da boca para fora, mas o mundo corporativo dela se apropriou, como se de Milton Friedman fosse. Logo ele, o pai do neoliberalismo. Entrevistas coletivas de executivos começavam sempre com “a nível de”.

    Pois foi nessa época que meu amigo Gil Villeroy passou pela expressão. No térreo do seu prédio, havia uma agência  bancária, e a tropa sindical conclamou colegas para aderir à greve. Os oradores se revezavam ao som de pelo menos uma dúzia de “a nível de”.

    Algum tempo depois e sem saber do infausto fechamento da agência, Gil desceu do seu apartamento para fazer uma operação. Surpreso, perguntou  ao vigilante o que se passava. O homem se empertigou todo e foi à fala.

    – É que o pessoal está a nível de greve!

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  • A saída, onde está a saída?

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    Publicado por: • 4 maio • Publicado em: A Vida como ela foi

    Amílcar era um homem muito bem posto na sociedade bageense. Homem de forte tino comercial, tinha no futebol sua maior paixão. Não perdia jogo do seu time, e no Rio de Janeiro seu clube era o Flamengo. Um dia, o final do campeonato carioca se daria entre Flamengo e Fluminense no Maracanã, um Fla Flu para ninguém perder.

    E o Amílcar, que não gostava de avião, se foi para o Rio num possante Monza. O único problema é que ele nunca tinha ido ao Rio, ainda mais de carro.

    Saiu de Bagé dois dias e meio antes. A viagem se deu aos trancos e barrancos, porque a cada meia hora ele parava para pedir orientações, sempre enrolado na bandeira do Mengão.

    Como chegar ao Maracanã era a pergunta repetida dezenas e dezenas de vezes. Entrou na cidade, pergunta daqui e dali, e conseguiu chegar ao estádio dez horas antes do jogo. Estacionou o Monza sem problemas e esperou dentro do carro.

    A partida foi sensacional. Estádio lotado, o Mengo venceu. Na saída, levou um tempão para chegar ao carro, já à noitinha. Atarantado com aquela multidão toda, finalmente conseguiu ver um PM. Foi direto a ele e disparou a pergunta fundamental.

    – Moço, onde fica a saída pra Bagé?

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  • O feriadão do vírus

    Publicado por: • 4 maio • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Pelo menos alguns jornais estão destacando números relativos sobre casos e mortes causadas pelo malvado. Dizer que o país ou estado tal tem xis casos e letalidades, sem levar em conta as respectivas populações, não dá a real. O certo é por milhão ou 100 mil habitantes.
    https://www.banrisul.com.br/bob/link/bobw00hn_promocao.aspx?secao_id=3712&campo=25136&utm_source=fernando_albrecht&utm_medium=blog&utm_campaign=parceria&utm_content=centro_600x90px

    Pegue-se o caso do Rio Grande do Sul. No sábado o número de casos por 100 mil habitantes era algo em torno de 14; ontem de manhã chegou 14.87, para cair para 14.73 pela tarde. Caiu, verdade, mas se é tendência é cedo para dizer.

    POR uma motivo simples. Como passamos por um feriadão, provavelmente as notificações só chegarão hoje. Pode ser que, de fato, o total de infecções esteja caindo, porque em Porto a curva desce. Ainda não é como  caminhão descendo a ladeira. Mas chegaremos lá.

    ELE VOLTARÁ?

    O ex-governador paulista Grraldo Alckmin foi absolvido das acusações de corrupção. Está limpo. Em compensação, Aécio Neves está mais sujo do que pau de galinheiro. As acusações foram confirmadas pelos homens de toga.

    Na última eleição, muita gente votou nele no primeiro turno e em Bolsonaro no segundo, para tirar o petista Fernando Haddad da parada.

    Sabem todos que Bolsonaro só venceu pelo voto antipetista, então nunca saberemos se Alckmin venceria ou não Bolsonaro em um segundo turno. Se ele se candidata nas próximas eleições é uma incógnita. Tem muita água para correr debaixo dessa ponte.

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  • Um bom jornal é uma nação falando consigo mesma.

    • Arthur Miller •