O cofrinho digital

6 abr • Caso do DiaNenhum comentário em O cofrinho digital

 Ouvi com atenção a fala do presidente do Banco Agiplan, no Tá na Mesa da Federasul, de ontem, e confesso que foi uma das mais interessantes desse evento nos últimos tempos. Marciano Testa preside a instituição gaúcha que tem 18 anos de atuação no país, com cerca de 400 pontos (agências) e pretende dobrá-las. Ocorre que o Agiplan já é banco digital em termos de conta corrente, você a opera pelo celular. Ainda este ano vira banco digital completo para acessar todo o portfólio – seguros, corretora, consórcios cartões de crédito etc. – digitalmente. Então qual a lógica de se ter agências físicas mesmo enxutas, e bem enxutas?

 Testa então explicou o óbvio, que o conglomerado pretende crescer e não pode (ainda) prescindir de estruturas físicas para clientes não-digitalizados, digamos assim. Em compensação, também vai focar menores entre 14 e 18 anos, com “mesada” ou poupança própria, como os antigos cofrinhos para moedas dos anos 1940 e 1950. Inteligente esse Marciano. É o cliente do futuro.

 Um banco sem estrutura física seria impossível até meados dos anos 2000. As instituições financeiras precisavam impressionar clientes com agências sólidas, majestosas, porque isso significava solidez no inconsciente. Foi no tempo em que patrimônio imobiliário valia mais que fluxo de caixa generoso, que é o que realmente importa.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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