Ângelo, o profissional
Morreu um amigo meu que não via há pelo menos uma década, o Ângelo Galisteo. Fiquei muito pesaroso. Nas décadas de 1970 a 1980, sua profissão poderia ser descrita como Despachante de Serviços Especializados, grau Mestre. Eu o conheci no Bar Pelotense, na rua Riachuelo, quando era o braço direito do Barão Luiz Osório, do jornal Kronika, que foi feito para durar três edições (semanais) e durou 20 anos.
O Ângelo entendia de Direito, de oficina de jornal. No dia a dia, ganhava a vida entrando em filas no banco para pagar contas e até pedindo para o gerente renovar seu cheque especial, reconhecendo firma em cartório, comprando uísque importado legítimo, achando algum produto que você não achava, comprando frios no Mercado Público, e até ligando para a casa do cliente dando um desdobre para evitar bronquite asmática quando se chegasse de madrugada.
Para tudo isso precisa de prática e experiência e não apenas bater pé, como se diz. Claro que era pago acima do preço do mercado. As rodas dos bares do Centro sempre tem seu “despachante”, mas o Ângelo era o Kid. No início, usávamos os serviços do Baiano, que era lento como lesma de marcha-a-ré. E tinha baixa capacidade intelectual.
Ângelo, meu bom amigo Ângelo, até mais ver.