Furtos grandes e pequenos
Não é novidade para ninguém que as empresas não podem revistar as bolsas dos funcionários, sob pena de uma ação por dano moral do tamanho do Maracanã. Também não é novidade para ninguém que os empresários que vendem produtos pequenos ou facilmente dobráveis, do ramo alimentício ou de outros setores, queixam-se de prejuízos cada vez maiores devido ao desaparecimento de parte do estoque.
Ressalvando que furtos praticados por empregados são minoria, o fato é que o problema existe. Câmeras de vigilância detectam estas ações, mas as imagens não podem ser usados como justa causa na demissão. Tampouco valem como prova. Somos os campões de pequenas subtrações que, no conjunto, representam enorme prejuízo para o comércio.
Um exemplo meu. Há anos, eu cruzava a cidade para saborear o cachorro-quente da loja de conveniência de um posto de combustíveis na avenida Ipiranga, Porto Alegre. Eu e muita gente. A receita era escandalosamente simples: baguete, salsicha especial (longa) e molho comum, tomate e cebola e mostarda a gosto. Um espetáculo. Um dia, terminou. Perguntei para o dono da época, R.B, qual o motivo do fim do campeão de vendas da loja. Resposta:
– Furtos. Levavam as salsichas nas bolsas, bolsos ou em lugares que você nem imagina.
Histórias assim você ouve em qualquer lanchonete. Tire suas próprias conclusões. E aí chegam em casa e falam dos políticos corruptos.