Tormenta histórica
Há um ano Porto Alegre foi devastada por uma tormenta histórica, com ventos de até 117 Km/h que escangalharam prédios, derrubaram em torno de um quarto das árvores nos parques e deixaram a cidade sem energia por até sete dias, em alguns bairros. Eis o que escrevi naquele janeiro de 2016:
Meus oito anos
Vocês, extra-terrestres, não têm a mais pálida ideia do que foi a noite de quinta-feira em Porto Alegre. Mesmo você que mora logo ali. Pelo menos um dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse cavalgou a Capital gaúcha. Eu até achei que foram três, mas como eles ainda estão encilhando os cavalos para o Grande Desastre ora em curso no país do Grande Líder, deixo por um um mesmo.
Ventos de até 117 Km/h em um temporal que durou uma hora inteirinha arrasaram tudo. Sábado de tarde, dei uma circulada por alguns bairros. Não tem pelo menos uma quadra de todas as ruas que passei que não tivesse uma árvore ou galhos caídos, não raro, interrompendo o trânsito. E sem energia até ontem de noite.
O lado bom – e sempre tem um – curti a volta aos tempos de criança em São Vendelino. Sem luz, sem geladeira, sem celular e note, sem semáforo, sem luz no poste, sem comida porque tudo apodreceu sem a geladeira. Isso sim que é voltar ao passado bucólico, os meus oito aos do poema de Casemiro de Abreu. Maravilha,
Só dói quando rio.