Técnicas cirúrgicas
Um leitor da página 3 do JC enviou uma lembrança, a de que nós gaúchos não deveríamos nos espantar com as decapitações amazônicas porque tivemos duas revoluções em que a degola correu solta, 1893 e 1923. É verdade. A briga medonha entre maragatos e pica-paus gerou um frenesi sangrento que encheria uma centena de bancos de sangue. Mas essa nossa especialidade é convenientemente esquecida. Deus me livre e guarde relembrá-la em algum desfile guasca.
Nós gaúchos somos pioneiros em muita coisa. O primeiro banco que quebrou foi aqui, o Pelotense, nos anos 1970, a primeira financeira a dar pau também foi gaudéria, idem distribuidora de valores e corretora. Algumas semanas depois do último traumático acontecimentoo, a quebra da corretora, viajei para São Paulo para um evento na Bovespa. Durante o clássico coquetel, um desconhecido se aproximou e alguém disse a ele quem eu era. Ele me olhou e fez a seguinte pergunta.
– Gaúcho, diga uma coisa. Vocês pretendem quebrar o Brasil também?