O voo a cegonha I

9 dez • NotasNenhum comentário em O voo a cegonha I

Vem aí mais uma desgauchização, como chamávamos a venda de empresas gaúchas para peixes graúdos de outros estados. Só que desta vez vai atingir os cegonheiros, os proprietários de caminhões-cegonha que transportam veículos. Um peso-pesadíssimo do Centro do País quer entrar com frota própria no RS, que se vingar, deixará sem emprego 3.180 caminhoneiros gaúchos fora empregos indiretos, hoje agrupados em uma espécie de cooperativa. Claro que esta empresa de fora entrará com preços abaixo do mercado.

Só que neste atividade há detalhes únicos. Um caminhão cegonha não tem como transportar outra carga, ao contrário dos demais. E um modelo com mais capacidade de levar carros custa R$ 700 mil. E aí, o que o cara faz? Vai vender pipoca? Não é apenas aquela coisa de mercado, que o mercado é assim e estamos conversados. Porque cada um dos 3.180 cegonheiros independentes gera outros cinco empregos indiretos. Então estamos falando em algo em torno de 16, 17 mil pessoas. Nos próximos dias, esse pessoal vai se mobilizar para evitar que o pior aconteça.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »