Camarão à Castro
O finado Fidel Castro, como tantos outros ditadores, falava pra mais de metro. Certa vez, falou 4 horas e meia na ONU. Adormecia-se com facilidade durante seus discursos, cuja duração correu o mundo. Virou piada. Aí vem uma história contada pelo ministro Eliseu Padilha, na época em que foi ministro do governo Fernando Henrique.
Padilha chefiava uma comitiva do governo que visitou Cuba. Findas as solenidades, Fidel Castro convidou os brasileiros para um jantar no palácio do governo. Quando começaram a servir a entrada, o cubano pegou o microfone. Ai, pensaram todos. Porém, e sempre tem um, Fidel esvaziou os temores, afirmando que ele não falaria muito. De fato, fez as saudações de praxe e falou meia dúzia de frases apenas, e sentou-se à mesa.
Alívio geral. O jantar foi ótimo, conta Padilha, e serviram um prato de camarões maravilhoso, uma receita que ninguém conhecia. O ministro então se virou para o comandante, e elogiou muito os camarões. Todos fizeram sim com a cabeça. Bom de garfo, Padilha perguntou que receita era aquela. Erro fatal. Fidel pegou o microfone se levantou.
– Bueno…
Foram horas de explicação sobre a receita de preparo crustáceo. Padilha devia estar penando “eu e minha boca grande…”