Presidente alheio
Brasília não fica no Brasil. Pode até estar nos mapas, mas fica em algum lugar desconhecido que carece de identificação. É outro ar, outra água, outra poeira. Na primeira vez que estive lá, em dois dias já achei que os jornais carregavam nas tintas quando falavam nas mazelas nacionais. Dois dias. Se ficasse uma semana, acharia que era tudo mentira.
Só esse alheamento explica como pode um presidente da República manter Geddel Vieira Lima como ministro depois do episódio em que quis transformar 13 andares em 34. Foi o mesmo quando Michel Temer escolheu seu ministério. E Geddel era figura carimbada desde o episódio dos anões do Orçamento, anos 80.
Nem o PT, nem Lula, nem Dilma olharam a ficha dele. Se olharam, passaram a mão. De 16 de março de 2007 até 31 de março de 2010 ele foi ministro da Integração Nacional do governo Lula; de 25 de março de 2011 até 27 de dezembro de 2013 foi vice-presidente de Pessoas Jurídicas da Caixa Econômica Federal, no governo Dilma, cargo do qual teria pedido demissão à Dilma via twitter.