Trabalha em empresa familiar é inteligente e financeiramente bem, mas infeliz?

10 out • Sem categoriaNenhum comentário em Trabalha em empresa familiar é inteligente e financeiramente bem, mas infeliz?

Na interação com empresas familiares tenho verificado tendência preocupante. Herdeiros, sucessores, executivos e até fundadores bem capacitados, inteligentes e com boa situação financeira têm se queixado que não são felizes. Alguns com sintomas e entre os mais inteligentes até casos já avançados de depressão.

Mesmo os que se consideram felizes, se queixam de que tem recorrentes pensamentos negativos. O que está acontecendo?

Desde o recente lançamento do livro Empresa Familiar – Ascender Sem Cair, no qual abordo as atitudes que têm em comum as pessoas bem-sucedidas com qualidade de vida, o número dos não satisfeitos aumentou de forma significativa. Com destaque entre os tecnicamente mais preparados. Sempre lembrando que a situação financeira não é algo que os preocupa.

Além de aspectos específicos como morte de alguém próximo, dificuldade com esposa ou marido, outro familiar ou algo assim tenho encontrado pontos em comum entre os que se consideram infelizes. Basicamente quatro: carência afetiva, necessidade de reconhecimento, sensação de pouco ou perda do controle de si mesmo e assim sobre
o contexto em que exerce poder ou liderança e competição negativa.

Cada caso é um caso, mas além das demandas específicas e individuais, o que mais tem ajudado aos clientes que me procuram com esse tipo de sentimento, de serem infelizes, é:

Carência afetiva – a necessidade ou busca de ser amado, necessário e admirado por alguém ou por pessoas que contam na vida do cliente. Essa demanda é frequente nas pessoas que não conseguem estabelecer relações duradouras e afeta, de forma intensa, sua qualidade de vida, o sentimento da felicidade. Tende a desencadear ansiedade, melancolia e
até a depressão. Essa necessidade explica a gana por fama que muitas pessoas têm. Estarem rodeadas de fãs os faz acreditar que supre essa carência.

O que melhor funciona para “curar” essa dificuldade é a prática desinteressada da generosidade. Demora, mas quando a pessoa deixa de ser taker para ser giver, a sua qualidade de vida dá saltos.

Relacionado com o item anterior, a necessidade de reconhecimento, como diversos estudos mostraram que ter destaque, ser reconhecido ajuda a pessoa a se sentir feliz. No entanto, tem-se também verificado que a busca disso tende a trazer infelicidade. Mais ainda nos casos em que a busca da fama chega às raias da obsessão. Quanto mais necessidade de autoafirmação, mais chances de ser infeliz.

O que tem funcionado melhor para trabalhar esse desvio é a prática da gratidão – desde fazer lista diária das coisas boas que aconteceram e agradecer por elas, empatia com conotação de autocompaixão – dialogar consigo mesmo como se fosse o melhor amigo que estivesse conversando com a pessoa.

No quesito controle, o que mais ajuda é o domínio da mente, da parte emocional pela racional. Isso se consegue de muitas maneiras. A principal é a melhoria do autoconhecimento específico de como lida com frustração e adversidades. Um dos instrumentos que uso é a mensuração do QA – Quociente de Adversidades e do PPRA – Perfil Pessoal de Resposta às Adversidades. Ajudo aos clientes a que, assim que a sensação de perda de controle se manifesta, chequem qual aspecto do seu PPRA está se manifestando – quanto da situação podem influenciar, pelo que pode se responsabilizar, que áreas da vida serão afetadas e quanto tempo o incômodo vai durar.
Só o fazer esse exercício muda completamente a postura mental da pessoa. Competição negativa – se têm esta, isto implica que existe a positiva? Sim.
É a única competição válida – a que ocorre consigo mesmo – análise da evolução da pessoa em relação ao seu passado de curto, médio e longo prazo.

O exercício que prático com os clientes, assim que detectada algum instinto competitivo, no trânsito, na turma, na empresa e até no esporte – buscar na situação o que dela vai servir para melhorar a si mesmo. Leva algum tempo, mas o ganho de qualidade de vida é tão significativo, que alguns se “viciam” nisso. A ponto de torcedores fanáticos se desinteressarem de coisas como disputas com colegas de qual o melhor time de futebol, por exemplo.

Quer saber mais? Adquira o livro Empresas Familiares – Ascender Sem Cair: http://www.eduzz.com/curso/YnBO/.html?d=605991

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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