O Capitão Marvel de Farroupilha
Com frequência, lembro do querido e saudoso amigo Miguelão Pergher, de Farroupilha, que depois foi diretor de vendas da Vinícola Aurora. Não havia quem não o conhecesse e não havia quem ele não conhecesse. Veranista da praia de Paraíso, a 12 Km de Torres, era uma espécie de subprefeito autonomeado. As molecagens que fazia eram devidamente amplificadas por mim na página 3 do JC e pelo Rogério Mendelski, quando era titular do Gaúcha Hoje, da rádio do mesmo nome.
Assumia o sotaque italiano adquirido em Farroupilha, e dele até fazia troça. Mas nem sempre. Certa vez, fomos jantar na Usina das Massas com as respectivas frau. Estava empolgado com um prato que conheceu em Curitiba, leitão “à pororoca”. Foi uma risada geral.
Na frente do pátio da sua casa, colocou duas casinhas de cachorro com os nomes de Sazam e Cerife em cada – Shazam! o grito de guerra do Capitão Marvel. De outra feita, inventamos que ele abriria licitação para um trem-bala entre a praia e Torres, com serviço de bordo a cargo da Churrascaria Barranco. Imagina, 12 Km.
Um feito em especial ele gostava de contar. Quando novo, em Farroupilha, espantou os moradores arrastando com uma corda um pesado caminhão Ford F-8 lomba acima. O espanto era porque não aparecia ninguém na boleia. Na realidade tinha, mas ninguém via um amigo deitado no assoalho dirigindo o veículo.
Não se fazem mais Miguelões como antigamente.