A graça da coisa
As campanhas eleitorais são engraçadas. Na maioria dos casos, os candidatos prometem o que não vão e nem poderiam cumprir. Vou resolver o problema da saúde, da educação e disso e daquilo. Em Porto Alegre, por exemplo, querem botar a Guarda Municipal para resolver o problema da segurança, quando, pela Lei da Responsabilidade Fiscal, a prefeitura não pode contratar efetivo maior. Mesma coisa para a EPTC.
Mas o papel, a TV e a internet aceitam qualquer coisa, mesmo promessas absurdas. O que se vê de erro hilário por aí não está no gibi. Certos slogans, bordões e manifestações categóricas precisam ser acompanhados de uma linguagem corporal correspondente. Aí é que está o segredo da coisa. Nenhum marketing vai mudar isso, assim como um salário maior não transforma um perna-de-pau em craque.
Você já nota isso no falar. Políticos que não sabem administrar uma ideia fechada – início, meio e fim – em menos de um minuto e meio, não são do ramo.
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