Manda bala, irmão
Desde que a humanidade começou a usar a escrita, há cerca de seis mil anos, não há registro de guerras em apenas 312 anos. Se considerarmos briguinhas paroquiais que não mereceram ou não tiveram quem as registrasse, estes 312 provavelmente se reduziriam a zero. E se considerarmos que sempre há mais de um conflito ao mesmo tempo, essa contabilidade guerreira vai às nuvens.
Então não é hoje, não é só o século XXI e o recém falecido século XX que a onça bebeu água, a guerra é permanente na história da humanidade. Não serão leis e acordos, a diplomacia, os governantes justos e povos pacíficos que domarão o que o ser humano tem gravado a ferro e fogo logo abaixo da fina camada de verniz que nos mantém cordatos, o desejo de destruir. Que vem a ser a descoberta mais terrível do século passado, feito por aquele doutor que gostava de charutos, o fato de que somos governados por algo que não conseguimos dominar: nosso inconsciente.
Então mandamos bala.