O Osso do Esso
Saudades do Mandico. Era funcionário aposentado do Banco do Brasil, um personagem boêmio que era muito amigo do presidente Jango Goulart, que lhe deu um emprego na rádio da sua propriedade. Vivia no restaruante Dona Maria, na rua José Montaury, Centro de Porto Alegre, de propriedade do austríaco Ernesto Moser – que sempre dizia que tinha três cidadanias: austríaco de nascimento, brasileiro por naturalização e, para os fregueses que reclamavam da conta salgada, um alemão filho de uma boa a mãe.
O Mandico, pelo duro de primeira, imitava perfeitamente o sotaque gutural do seu Ernesto, a quem chamava de Arnesto só para inticar. Também imitava com perfeição o falar do seu Gutterman, um judeu alemão que era cópia 3D do hilário Habacuc, do filme Exército Brancaleone.
O Jornal Nacional da época em rádio – aqui na Farroupilha – e televisão (Tupi) era o Repórter Esso, ouvido de cabo e rabo em todo Brasil. O slogan era “Repórter Esso, o primeiro a dar as últimas!”. O Mandico então criou um quadro no seu programa de humor na Farroupilha glosando o Esso.
– Repórter Osso, o último a dar as primeiras!
Nem Jango conseguiu segurar o emprego do Mandico.