O foguinho olímpico
Diga com toda sinceridade: você já viu algo tão chato quando esse negócio de tocha olímpica? A própria Olimpíada está atraindo menos atenção pelos jogos em si e mais para a enorme deficiência do Rio de Janeiro em sediar um evento dessa natureza. Se ela já tá com a bola murcha, o que dizer da tocha?
Entendo que, ao longo do roteiro, os diversos municípios aproveitem a chance para vender seu peixe turístico, entre outros, e que meios de comunicação tirem sua lasquinha buscando publicidade paga por onde esse foguinho passa. Mas me deixem fora desse ardor olímpico. Sempre tive minhas dúvidas quando a esses fogos, simbólicos, gaudérios e outros que tais. Para começar, do ponto de origem até o fim o fogo – que é apenas fogo, termina e começa ao mesmo tempo – deve ter apagado várias vezes.
Aí as gentes se plantam na avenida Goethe para ver uma tocha passar, qual é? Se acender o fogão vê o mesmo fogo sem precisar sair de casa. E se quiser uma tochinha olímpica portátil, compre um isqueiro. A humanidade tem muita coisa esquisita, e fogo bom é fogo de lareira, fogo de chão ou fogo em fogão a lenha. O resto é faisqueira olímpica.