O estrume do diabo
Há muito tempo, estou encanzinado com uma dúvida atroz: quanto será a participação do crime organizado no PIB Brasileiro? Não falo nem da grana da turma da Lava Jato, mas do Crime S.A. em todas as suas divisões.
A Itália, sabem vocês, incorpora a soma dos malfeitos no cálculo do PIB. Bem ou mal, é dinheiro que gira. Nem falo em compra de tênis da moda, relógios de pulso quase do tamanho do Big Bem, essas miudezas, mas na compra de carros, imóveis e outros investimentos, incluindo aplicações em fundos de renda fixa ou variável.
Enquanto a casa não cai, essa grana gira no comércio em geral, portanto gera impostos, distribui renda e empregos. Ah, a madame acha que esse raciocínio é nojento? Eu não fiz o mundo, queridona, só vivo nele. A roda gira, como dizia o moleiro. Mas deixo claro que não quero dizer que devemos aceitar o crime. Enfatizo porque sempre tem quem enxergue chifre em cabeça de cavalo.
Aliás, quando eu ainda acreditava na humanidade um vizinho vivia dizendo que o dinheiro era o estrume do diabo. Ele estava sempre limpinho, por falar nisso.