Sem ambição existe vida?
“Ao trabalhar com herdeiros, preparando-os para serem sucessores, observei que, com os ambiciosos o processo é bem mais curto, os resultados melhores e, quando assumem a empresa da família, sempre são bem-sucedidos. O mesmo ocorre com aqueles que resolvem seus conflitos internos, os que os impedem de ser ambiciosos e o passam a ser. Só dão um pouco mais de trabalho inicialmente.
Como diferenciar entre um e outro? Dos diversos sintomas, um evidente são os objetivos – se os estabelece, se são desafiadores, se os persegue, é ambicioso. Desde que, uma vez alcançados, propõe-se novo patamar de conhecimento, ação, resultado ou desempenho que passa a perseguir. Lidera naturalmente.
Se, de um lado, existem os que optam ser ovelhas, caraterística que os herdeiros não ambiciosos têm em comum com quem integra a base da pirâmide social e não faz sua parte para ascender, do outro, têm os que extrapolam. Os gananciosos.
Em todo o caso, como geradores de riqueza e oportunidade, os gananciosos são bem melhores do que as ovelhas. O ruim da ganância afeta essencialmente a própria pessoa – precisa lidar com a insatisfação que sente. Nunca nada basta ou é bom o suficiente. Os gananciosos não têm objetivos de mudança de patamar, apenas sempre querem mais. Tornam-se chefes, não líderes.
Para exemplificar permanecendo na analogia, os empresários são ambiciosos. Cuidam das ovelhas, as mantêm sadias, protegidas e as estimulam a evoluir obtendo em troca sua lã. Os sindicalistas são gananciosos. Tem projetos de poder. Não se contentam com o que obtêm na época da tosa. Querem mais não dando nada em troca e não se importam que as ovelhas sejam sacrificadas.
Para finalizar, respondendo a pergunta título, se sem ambição existe vida, sempre de novo confirmei. Independentemente de situação, classe social, formação, história, não existe vida. O que ocorre é o cumprimento de um ciclo biológico – nascer, crescer, amadurecer um pouco, eventualmente procriar, reclamar, se queixar e morrer.”
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