A rede
Quando a RBS lançou a edição conjunta de ZH, escrevi que não comentaria nada antes de passado um bom tempo. Ainda tem muito que melhorar, mas, sem dúvida, que a velha e boa reportagem é a estrela do jornal sob nova direção. O caderno doc – reportagem em foco, deste final de semana está muito bom.
São três trabalhos nota 10 ou quase 10, a do repórter que ficou um mês andando só de bicicleta em Porto Alegre, nada de ônibus, carro ou até mesmo a pé, a matéria “Onde estão os católicos?”, o que ele chama de descatolização do Brasil e a entrevista com o Renato Dolci, o paulistano que monitora as redes sociais para o governo federal “A rede virou o espaço para o boato”.
Recomendo. Dolci não indica estratégias, não toma partido, apenas lê o cenário, como está na apresentação. Não que seja uma visão nova ou surpreendente, mas ele enfatiza aquilo que nós colunistas prevíamos: não há mais polaridade nas redes, o que existe é uma descrença generalizada na instituição política.
Eu acho que essa é nosso maior problema. Os políticos (e as instituições, acrescento) fizeram por merecer. Mas é ruim, muito ruim isso.