O anúncio do cigarros

7 abr • Caso do DiaNenhum comentário em O anúncio do cigarros

Cigarro queimando com cinza e brasa na ponta

Nestes tempos de desemprego, a busca por uma colocação exige sabedoria na hora de enviar o currículo. Parte é um desastre, com dados irrelevantes ou erros primários, que certamente as assessorias especializadas explicam melhor do que eu. O meu primeiro currículo – na realidade, não foram muitos porque você pulava de um emprego para outro, havia excesso de oferta. Invejem-me, filisteus.

O meu primeiro foi um desastre. Nem tinha 18 anos e resolvi que o jornalismo poderia esperar um pouco mais, primeiro eu tinha que fazer dinheiro. Então respondi a um anúncio de uma grande agência de propaganda que pedia um redator. Mandei. Marcaram entrevista. Deram-me um dia para criar um texto para anúncio de cigarros. Escrevi.

Fui mal. Gentilmente, o sujeito da agência me explicou que este tipo de produto exigia frases curtas e impactantes e eu havia escrito o primeiro volume da Enciclopédia Britânica. Agradeci muito, o cara me abriu os olhos ao fim e ao cabo. A gente aprende com os erros, e isso sempre foi uma máxima para mim.

Quando se analisa o primeiro escalão do governo, chegamos à conclusão que a maioria tem tantas qualificações, diplomas e experiências anteriores que dava para encher dois volumes da Enciclopédia Britânica.

Só que a eficiência deles na prática não encheria nem um anúncio de marca de cigarro.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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