A rua da tortura

3 jul • Caso do DiaNenhum comentário em A rua da tortura

As montadoras gastam um bocado de dinheiro construindo pistas com diversas situações de piso, chão batido, com costelas, com buracos maiores que os da Petrobras, água na pista para simular aquaplanagem etc. Poderiam economizar se usassem as ruas brasileiras para martirizar os seus produtos.

Escolhi a minha rua de teste. É a Luiz de Camões, trecho entre a Bento Gonçalves e a Igreja de Santo Antônio do Partenon. Faço esse trajeto todos os dias quando vou para a Bandeirantes. O singular é que ela não tem buracos comuns. Ela tem buracos para cima. O piso de concreto de priscas eras recebeu uma tal quantidade de asfalto mal nivelado ao longo dos anos que ficou um tobogã.

Você condena seu carro à morte se trafegar a mais de 20 Km/h. Afrouxa até aquele pivô que seu dentista colocou com tanto capricho. Assim que o meu médico de dentes colocou-colou um na lateral direita, virou-se orgulhosamente para mim e falou:

– Resiste até a terremoto de 9,5 graus na Escala Richter.

Temerário ele garantir isso. Ao que eu saiba, ele nunca subiu a Luiz de Camões de carro.

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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