O golpe da bundinha

5 out • A Vida como ela foiNenhum comentário em O golpe da bundinha

A moda é cada vez mais e necessariamente ilógica. Houve tempo em que as camisas tinham dois bolsos, depois ficou só o da esquerda e depois até esse sumiu. O pior é que os bolsos das calças estão cada vez mais curtos e rumo à extinção.

Para atenuar a falta de bolsos nas camisas e calças, talvez tenhamos que voltar às capangas, uma minibolsa que se levava na mão. Era chamada de leva-tudo, que o povo apelidou não sem -razão de perde-tudo. Mais para a metade dos anos 1970 as bolsas ficaram enormes, algumas com couro de boa qualidade. Pobre usava de croché.  Com a extinção dos bolsos das calças. Não vai dar mais para dizer “me caíram os butiás dos bolsos”. Guardá-los onde, então?

Naqueles tempos, como disse Jesus, os turistas estrangeiros que iam às praias do Rio de Janeiro eram aconselhados pelos hotéis a deitar em cima dos seus pertences ou da suas capangas quando tomavam banho de sol, porque a pivetagem era rápida e sabiam quando tinha dólar só pela pele alva do distinto.

Os assaltantes (ou descuidistas, melhor dizendo) então usavam de um jeitinho bem carioca. Um deles vinha pela frente e fazia coceira nos pés da vítima. Instintivamente o turista sentava, então vinha outro por trás e levava a capanga. Era chamado de golpe da bundinha.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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