Cemitério de Campanha (parcial)
De Jayme Caetano Braun (1924-1999)
Payador, poeta e radialista, homem de muitas letras e todas elas comoventes.
Cemitério de campanha,
Rebanho negro de cruzes
Onde à noite estranhas luzes
Fogoneiam tristemente
Até o próprio gado sente
No teu mistério profundo
Que és um pedaço de mundo
Noutro mundo diferente
Pouso certo dos humanos
Fim de calvário terreno,
Onde o grande e o pequeno
Se irmanam num mundo só.
E onde os suspiros de dó
De nada significam
Porque em ti os viventes ficam
Diluídos no mesmo pó.
“Rebanho negro de cruzes” é muito bom, é ou não é?
Imagem: Portal das Missões