As casinhas do tempo
Quase todo mundo reclama dos erros da meteorologia, que, não raro, é acusada de não ser precisa numa ciência imprecisa. Na minha época de guri, quando inexistia a previsão do tempo tal como a conhecemos hoje, tínhamos uma casinha parecida com essa da foto. Não só na nossa, mas em toda a colônia alemã era moda ter uma, bem mais toscas, é verdade. Consistia em duas figuras ligadas por um mecanismo com duas portas, uma de chuva e outra de sol. Simples, mas rigorosamente científico. Quando uma entrava, a outra necessariamente saia e vice-versa.
O mecanismo variava conforme a previsão atmosférica, medida em Hecto Pascais. O padrão é 1013,2 HPA. Abaixo disso é grande a possibilidade de chuva e de temporais. No toró do dia 10, chegou a 994 HPA, o que indica área de baixa pressão muito significativa. Quando isso ocorria, a figura “chuva” saía da casinha.
Havia um outro sistema de prever chuva que nunca mais vi. Usava uma lâmpada queimada que era preenchida com água, e, no furo do bulbo, descia uma espécie de cordinha. Quando ela pingava água, vinha chuva. Igualmente, baixa pressão.
Um erro muito comum que se comete é quando a previsão do tempo indica 70, 80 ou mais por cento de umidade do ar. Vem a piada pronta, vou virar sapo. Não é pra tanto. O máximo de umidade que o ar suporta é 20%. Portanto, 90% de umidade “relativa” do, por exemplo, significa 90% de 20%. Não é exatamente o céu dos sapos.