Festa de arromba
Figurinha carimbada na Capital gaúcha em décadas passadas, um gay gaudério de meia idade marcou época ao assumir sua homossexualidade, condição facilitada porque era um cara com muito dinheiro. Certa vez, ele inventou de casar. Casar no duro, com vestido de noiva, o marido de fraque e coisa e tal, um festão com champanhota francesa, o melhor ano da Viúva Clicquot. Um desbunde, por assim dizer.
Foram convidadas inúmeras pessoas da alta sociedade e de outros estados, posto que era empresário de sucesso. Ela estava divina no vestido de noiva, véu e grinalda. Quando passou debaixo da pérgola enfeitada, um amigo da noiva se aproximou dela.
– Estás maravilhosa, querida, pareces uma rainha!
A resposta foi dada em tom muito, muito sério:
– Rainha não, princesa, porque mamãe é viva.
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