Golpe de mestre

4 out • A Vida como ela foiNenhum comentário em Golpe de mestre

(Publicado há três anos e ainda atual)

 Existe uma bela maneira de amealhar uma senhora fortuna de forma ilícita e sair safo de toda a complicação subsequente. Primeiro passo é trabalhar numa estatal. Seja um bom soldado do partido do governo, que você galga postos cada vez mais altos. Segundo passo é fazer falcatruas com auxílio de colegas, amigos e políticos, que receberão parte do butim; o terceiro é depositar o dinheiro em bancos estrangeiros, mas não todo ele. Uma parte deve ser enterrada no quintal de uma tia solteirona que mora em Alvorada, algo assim.

 Depois que a bomba estourar, peça para fazer a delação premiada, entregue todos seus comparsas políticos. O passo seguinte é entregar o número da conta e bancos onde está depositada parte do afano. Como prêmio, em vez de décadas de cana, terá apenas que usar uma tornozeleira eletrônica e ficar no semiaberto. E para dar uma escapadinha sem ser monitorados enrole a tornozeleira em papel alumínio que impede o rastreamento do seu feliz proprietário. Os tiras não vão poder te rastrear. Se depois o sinal reaparecer e eles reclamarem, diga que foi arte de um sobrinho malvado enquanto você tirava uma sesta. Ou bote a culpa no efeito estufa. Essa última cola melhor.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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