A cachaça em guampa
Beber cachaça em guampa é costume que a gauchada abandonou há muito tempo, a não ser para impressionar turista, especialmente no Acampamento Farroupilha, e comemorações do gênero Interior afora. Pensei cá com meus botões e concluí que esse modo de beber canha cessou não porque apareceram garrafas confiáveis, mas pela evolução natural das espécies. Terminou porque se bebe direto do bico. Chega de intermediários, em síntese.
A cachaça e o rum são primos. A primeira é feita direto da cana-de-açúcar, e o rum vem do melado de cana. A mardita mais forte que provei foram duas, se me dão licença poética. Um foi um schnaps português feito para o dono de um pequeno hotel de cidadela alemã do Vale do Ruhr, chamada Neuss, nos anos 1980. Disse-me o germano que seu cunhado a fez da cana de uma antiga possessão portuguesa, não sei se Angola ou Moçambique. Mas até hoje tenho convênio com os Bombeiros, êta coisa mais forte!
A segunda foi no apartamento do Paixão Côrtes, em 1973. O velho e bom folclorista e pesquisador mostrou uma série de cachaças extrafortes, sendo a joia da coroa uma envelhecida em barril de verniz. Mas não do lado de fora, do lado de dentro.
Olha que já engoli gasolina com chumbo tetraetila quando fui passar combustível de um tanque de automóvel para outro colocado mais abaixo, manobra em que você primeiro precisa chupar o ar de uma mangueira para depois a gravidade fazer o resto. Mas errei o timing e me ferrei. Pois bem, a gasolina era Todinho perto da marvada do Paixão.
Uivei.