Que barafunda
O livro “Ai que loucura!”, da socialite carioca Narcisa Tamborindeguy, é um bom resumo dessa grande trapalhada da delação dos irmãos Batista, que pode ser anulada mas não seu conteúdo, como quer o procurador Rodrigo Janot. As falhas evidentes, que toda imprensa e colunistas -como eu- registraram desde o início, enfim, vieram à lume e queimaram o filme de meio mundo, incluindo o próprio Janot.
O procurador teve um mau conselheiro ao longo da sua guerra contra Michel Temer: o fígado, o pior conselheiro que existe. Resulta que o presidente ganha sobrevida nos tribunais, salvo novidade de última hora. Também não está bem contada a história da gravação “por engano” e que algum especialista em achar agulha no palheiro localizou “sem querer” a tal peça, misturada entre os documentos encaminhados pela JBS para a Procuradoria.
Para piorar, na entrevista de segunda-feira, Janot citou ministros do STF sem dizer quais eram e nem o contexto das citações constante na nova gravação. Quer dizer, jogou o STF no picadeiro para uma multidão sedenta de linchadores morais, incluindo parte da imprensa. Pelo que se sabe, entraram nessa como Pilatos no Credo.
É de abismar. Como dizia um amigo meu metido a culto, “eu não abismo mais, mas depois dessa, passei a abismar de novo.”