Nós, que amamos tanto as chacinas
Verdade. Adoramos chacinas, crimes hediondos, crimes passionais e tudo que for de uma violência desmedida. Não adianta dizer que só passamos os olhos no noticiário policial ou que “vi por acaso” ou alguma vizinha me contou. Mentira. Adoramos sangue jorrando. Vídeos escabrosos de violência inaudita que pululam na internet são compartilhados com amigos e conhecidos.
Em uma patética dissimulação dizemos “ai que horror!” expressão que é comum nos programas de rádio. Neste caso, é o que chamo de jornalismo de interjeição. Gostamos tanto de chacinas e crimes horripilantes quanto de velórios de pessoas públicas, especialmente quando são figuras do show business, atores e modelos. Quando uma delas aparece morta, é um frenesi. Queremos mais detalhes da sangueira, choramos o choro dos parentes como se fossem os nossos.
É o fascínio da morte, dirão vocês. Não, digo eu, é o fascínio pelo mórbido. Como somos Dr Jeckyll no verniz ténue que nos cobre, todos também temos um Mr. Hyde por dentro. Com frequência, ele é o dominante.