A linguagem do banheiro
O presidente Michel Temer mandou instalar misturador de vozes nos telefones do seu gabinete para evitar novas gravações. Puxa, mas só agora se deu conta disso? Essa tecnologia já existe há décadas. Se algum profissional quiser ir além pode “ouvir” o que se fala assentando microfones à longa distância que captam e traduzem as vibrações das janelas, por tênues que sejam.
Antes dessa parafernália eletrônica, quem temia escutas e grampos usava técnicas mais simples, porém eficazes. Conversava-se coisas cabeludas ao lado da pia da cozinha com a torneira aberta, ou do lado do chuveiro. Depois que a tecnologia conseguiu isolar vozes ou ruídos indesejáveis de uma gravação, essa técnica foi pro saco.
A céu aberto, ninguém mais fala sem botar a mão na boca, para evitar traduções de linguagem labial. Se bem que esta não é muito precisa e, às vezes, cometem-se erros fenomenais. Em resumo, nunca fale nada se quer 100% de segurança, e mesmo assim tem especialista em linguagem corporal.
Por exemplo, se você encolher a barriga e, ao mesmo tempo, fizer um ar de angústia está claríssimo que está dizendo: “Putz! Preciso ir correndo para o banheiro”.
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