A segunda vez

14 jul • Caso do DiaNenhum comentário em A segunda vez

 A primeira é quente, a segunda chocha. Eu ia usar outra palavra mais forte, mas deixa assim. Falo das manifestações de rua da esquerda e do PT em particular. As recentes confirmaram uma tese antiga minha, a de que, no Brasil, nenhum segundo tempo é bem-sucedido quanto o primeiro enquanto o povo, o povão, não se engajar.

 As recentes manifestações contra as reformas mostraram isso. Nas duas, sindicalistas e militantes. Não se viu povo, no sentido de sociedade. Fazem um banzé danado, impedem circulação de ônibus, mas, ao longo do dia, as coisas voltam quase ao normal.

 Quando saiu a bomba do Lula, ouvi que, agora sim, o povo ia calar baionetas e sair para as ruas, Brasil afora, em defesa da divindade petista. Até agora, naca. As próprias coletivas de Lula tiveram os papagaios de pirata de sempre, os fiéis escudeiros e escudeiras, uma claque de teatro de bolso e só. Anunciaram grandes manifestações para ontem, mas pelo que senti na militância eles estão muito abatidos para grandes manifestações.

 O Brasil é assim. Na segunda vez, falta o tesão da primeira.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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