A guerra do amendoim
Depois de anos – décadas? – sem grandes rodízios no comando, a Associação Riograndense de Imprensa (ARI) está com nova diretoria, com Luiz Adolfo de Souza na presidência. Trabalhamos juntos quando eu fazia o Informe Especial da ZH, nos anos 80 – ele diagramava a página 3. A ARI tem boas histórias, e uma delas envolveu o bar da entidade.
Como a associação depende de mensalidades, a pindaíba era uma constante. Uma das poucas fontes de renda extra era a venda de cerveja nos famosos encontros de sábados de manhã. Oferta pouca, apenas cerveja, amendoim e pipoca como tira-gosto. Certo dia, o responsável pela operação fez as contas.
– Temos que parar de oferecer amendoim e pipoca, custam caro, e a gente dá de brinde.
Os conselheiros aprovaram a sugestão, afinal não era assim artigo de primeira necessidade para combinar com a cerveja. Só que não. Vários sábados depois, o encarregado do bar pediu mudanças nas regras.
– Temos que oferecer amendoim e pipoca nos encontros de sábado. E grátis.
Alguém alvitrou que a sugestão de tirar os tira-gostos fora dele mesmo. Então veio a explicação.
– Sim, mas descobri que sem salgadinhos a turma bebe menos cerveja. E menos ceva dá renda menor.
Triunfante foi a volta do amendoim e da pipoca.