A alegre bolsa italiana
Mas vejam só. A bolsa subiu quase 1% ontem, isso que começou o julgamento da chapa Dilma-Temer. No retrospecto, a Bovespa levou um tombaço no dia em que apareceu o vídeo da delação do Joesley Batista; no day after subiu mais de 2%, depois oscilou, mas sem repetir os mais de 8% de queda. Subiu um pouco, caiu, ora pouco ora mais feio, voltou a subir. Enquanto isso, a cotação da verdinha acusava mais o golpe.
A explicação é simples. A bolsa antecipa o que só vamos saber no dia seguinte; quando algum pepinão aparece, geralmente ele caiu por alguns dias antes de brotar da horta, e quando todos esperam uma queda violenta, ela vem mansa como vaquinha no brejo. Chama-se a isso de precificar o tamanho da bronca. Por exemplo, o mercado já trabalha com Temer fora do jogo. Já o dólar, porque tem demanda até do padeiro da esquina, é mais nervosinho.
A bolsa sobe no boato e cai no fato.
A bolsa é para profissionais frios como gelo seco. Sempre conto como eu invejava a Itália dos anos 1970 e 80 – quando caía o gabinete, a bolsa subia.