Saudades do meu arroio
Meu amigo Alfredo Oliveira gostou do texto sobre o fim de Tramandaí e o acelerado ritmo de construção dos espigões que liquidarão com o bucólico praiano. Como conhece o lugar onde nasci, São Vendelino, postou no Face que pretende veranear às margens do arroio Forromeco. Alfredão, até o meu querido Forromeco já não é mais o mesmo. Tenho até medo de revê-lo.
Esta foto dos anos 1950 mostra “o centro” de São Vendelino. Na esquerda, a antiga igreja católica, que foi demolida criminosamente para dar lugar a um templo modernoso e feio. Era uma das duas únicas em estilo gótico do Rio Grande do Sul. Os dois ônibus eram do seu Kerber. A casa da direita era do dentista John, não tenho certeza da grafia. Muito grito emiti naquele consultório. A broca era a pedal e a vibração emanada da baixa rotação estremecia até a torre da igreja. Do lado da igreja está a “venda” do Schneider, um armazém que tinha de tudo, de cachaça a vinho passando por tecidos para vestidos, fatiotas e utilidades domésticas. No lado oposto, havia uma prensa de alfafa, uma mercadoria valiosa que alimentava os cavalos do Exército.