O hobby do Celente
O falecimento do meu querido amigo Eloi Celente, 74, vitimado por infarto agudo, no sábado passado, fez-me lembrar dos tempos em que trabalhamos juntos na agência de publicidade Publivar, do não menos saudoso Salimen Jr. Já contei aqui, foi o mais divertido emprego que tive em toda minha vida. Despachávamos nas rua, ou no Bar e Rotisserie Pelotense, na Churrasquita (também na rua Riachuelo) ou em outro restaurante ou bar. Tempo bão, como dizem os mineiros. O Celente era um tremendo gozador. Depois que deixou a Publivar fundou uma agência chamada Excelente, que tal essa?
Certa vez, o baixinho Celente me disse que precisava de um hobby para se distrair e achar um sentido para a vida. Concordei. Mas qual seria ele, perguntei. Um dia saberás, falou ele, em tom misterioso. Já tinha até esquecido o papo quando soube qual era o hobby que meu amigo tinha escolhido.
Numa manhã fria, comecei a ouvir um barulho estranho quando subia no elevador do prédio da rua Senhor dos Passos. Um troço meio sobrenatural, parecia o apito grave de um transatlântico, ressoava pelo prédio inteiro. Antes mesmo de ir para minha sala, fui na do Eloi Celente. Lá estava ele abraçado com seu hobby, praticamente do seu tamanho.
Era uma tuba.