Publicado por: Fernando Albrecht • 8 jul • Publicado em: Caso do Dia, Notas •
O povo, o tão falado povo, que só poucos políticos conhecem, está como corda de violino esticada para o grande concerto Isolamento em Ré Maior. De tão esticada, um apertozinho a mais nas cravelhas e lá se foi o boi com corda e tudo. Então é como água morro abaixo e fogo morro acima, ninguém segura.
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E OS OUTROS?
É essa a pergunta que o povo faz. Ao ver castas privilegiadas, a Turma da Geladeira Cheia, deitar cátedra sobre o rigor que se faz necessário, passa do estágio da aceitação para o da revolta em um upa. E não estou me referindo ao governador Eduardo Leite nem ao prefeito Nelson Marchezan Jr. Refiro-me aos que menosprezam a aflição e desespero dos Sem-Trabalho e da Geladeira Vazia em nome do vírus.
Um médico afamado deu entrevista à ZH dizendo que isso de dizer que tem gente morrendo de fome é “besteira”. Ainda não, talvez. Mas que aumenta cada vez mais a massa dos subnutridos, crianças principalmente, ninguém pode negar.
Se não morrem, provisoriamente, passam fome, doutor, muita fome. E isso não é besteira. De qualquer maneira, pegue um caminhão de som e vá até uma favela ou mesmo em bairro de pessoas de baixa renda e diga isso ao microfone.
A FALÊNCIA DAS ELITES
As elites brasileiras sempre foram falhas, miseravelmente falhas. Sempre mantiveram anéis e dedos. Sempre obedecem à lógica Mateus, primeiro os meus. Nunca entregaram nem mesmo bijuteria. Dai advém a arrogância.
AS ESCOLHAS DO NOJENTO
O bairro com maior incidência de infectados é Petrópolis, com 144 casos, seguido do Sarandi, com 129, e o Centro Histórico com 110. O primeiro tem classe alta e média, o segundo abriga mais a população de baixa renda, enquanto o Centro é uma colcha de retalhos. Em comum, os três têm o fato de ter alta densidade populacional.
Ocorre que até isso pode estar distorcido. Não sabemos o total da população destas três regiões.
AMIGÃO
Nestes dias em que boa parte da população vive em estado de penúria emocional, há que se sacar dos velhos e bons amigos. Nunca eles foram tão necessários. Já foram escritas mais definições sobre amizade que leis e decretos, mas ainda acho que a melhor é do escritor e filósofo norte-americano Ralph Waldo Emerson:
Amigo é aquele que diante de quem podemos pensar em voz alta.
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