Diário da peste
É VISÍVEL como alguns grandes jornais começaram a semana trocando um pouco o foco para cobrir áreas essenciais que ficaram desguarnecidas por semanas. Eu acho que também tem a ver com o cansaço do leitor que não aguenta mais ler sobre coronavírus.
JABUTI não sobe em árvore e se você encontrar é porque alguém o colocou nela, reza a sabedoria mineira. Pode ser por aí a explicação, o fastio pelo mais do mesmo.
CORRO o risco de ser mal entendido, mas no Brasil, excetuando capitais críticas como São Paulo, pela aglomeração natural de uma cidade de 12 milhões de habitantes, e Manaus, mais pelo colapso da inadequada saúde pública, a explosão exponencial de casos ainda não aconteceu.
NÃO entro no mérito do isolamento, que algumas vozes especializadas sugerem seja estendido de forma intermitente até 2022 – isso mesmo, 2022.
ATÉ o final da tarde de ontem, o Brasil registrava “novo recorde diário” de mortes pelo coronavírus, um total de 1.532 para 25.262 casos confirmados. Qual é a palavra que inicia o título? Recorde. É disso que tenho bronca. É evidente que a cada dia temos um novo recorde, ora bolas. É nossa vocação para o pânico.
O FMI estima que a economia mundial se recupere rapidamente, mas que, no Brasil, ela será mais lenta. Faz todo o sentido. Mas será graças à iniciativa privada. porque a União, Estados e municípios estão quebrados e com viés de aceleração de quebradeira. Imagina agora que limparam a pouca poupança e estouraram o limite do cheque especial.
ASSIM como os corpos têm assinatura térmica, pululam sacerdotes e sacerdotisas do coronavírus com essa assinatura. Nenhuma boa notícia é bem-vinda. E se alguém não concorda com eles, é um degenerado. É a nova face do fundamentalismo guasca.
Pensamento do Dias
Como dizia o coronavírus, tô dentro.